Pra começar, vale dizer que preconceito com o cabelo não é exclusivo de pessoas com cabelo cacheado ou crespo, mas também cabelos coloridos, penteados diferentes e afins. Inclusive, uma seguidora que me inspirou a falar desse assunto tem o cabelo raspado! Então já dá pra ver que envolve vários tipos de cabelo, não é?
A história é a seguinte: essa seguidora me mandou uma mensagem no meu Instagram que dizia assim:
“Ô conselheira (comecei minha carreira na internet dando conselhos de relacionamento, se quiser dar uma conferida, tem o canal Pergunte a uma Mulher), me diz uma coisa: eu raspei o cabelo e minha mãe falou que não conversa comigo até meu cabelo nascer de mulher de novo. E tem gente que me pergunta se eu sou lésbica só por ter o cabelo curtinho.”
A partir daí, pedi para os seguidores me mandarem mais relatos sobre esse assunto, já que achei interessante fazer um conteúdo disso.
O que percebi foi que realmente o tipo de curvatura não importa tanto quanto eu pensava, mas sim o famoso “padrão social”.
E o que seria esse padrão social?
Dá pra dizer que antigamente esse padrão era o cabelo liso, grande, etc. Já hoje em dia, o cabelo “grande” ainda é padrão, mas os cabelos cacheados já estão conseguindo um certo glamour, vai dizer que não?
Ah, antes de mais nada, é importante a gente se lembrar que nem tudo que as pessoas falam é aquele preconceito no sentido da pessoa ser ruim ou ter falado por maldade. Pode acontecer de ela ser uma vítima social (igual muitas vezes nós mesmos somos) e essa pessoa ter implantado na mente (por alguém, família, amigos, mídia, o que for) que aquele determinado cabelo é bonito ou não.
E é isso que tem acontecido com o cabelo cacheado, que agora tem se tornado um cabelo considerado bonito, fazendo com que muita gente queira ter esse cabelo também. Um exemplo disso é o tanto de conteúdo disponível na internet sobre transição capilar, e todos com bastante audiência (ainda bem!).
Pelo menos eu, quando saio na rua, recebo muito, mas muito mais elogios com relação ao meu cabelo de agora do que quando fazia relaxamento. A diferença é brutal, sério mesmo.
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Preconceito com o cabelo na minha visão pessoal
Agora vou falar como eu vejo o preconceito com cabelo usando apenas a minha visão pessoal, envolvendo inclusive os cabelos lisos. É o seguinte:
A sociedade julga o nosso cabelo quando não estamos com o cabelo “bem cuidado”.
Pode ser um cabelo crespo, cacheado, liso, loiro, escuro, qualquer coisa, mas tem que ser bem cuidado*. Tanto que quando eu saio na rua com o cabelo “mal cuidado” (porque ninguém consegue manter o cabelo na melhor forma todos os dias, nem somos obrigadas), eu não recebo os elogios. Mesmo que na teoria seja o mesmo cabelo, entende?
*Bem cuidado no sentido de um cabelo com aparência saudável. Principalmente aquele cabelo que tem hidratação, nutrição e reconstrução em dia. Ou seja, que passa por um cronograma capilar. Inclusive, esse blog (também tem um canal, já conhece?) tem o objetivo de ajudar as pessoas a aprenderem a cuidar dos cabelos de maneira correta, para assim usufruir do melhor que seu cabelo pode oferecer <3.
Então, entenda que muitas vezes não é o seu tipo de cabelo, mas sim os cuidados que as pessoas esperam que você tenha com ele, entende? Isso vale inclusive para quem está na transição capilar – com o cabelo com dupla textura – pois como dito, um fio bem cuidado vale mais que uma curvatura.
Agora vou falar de uma coisa que, na minha opinião, vale muito mais do que um cabelo “bem cuidado”:
Autoestima
É fato, quando assumimos a personalidade do nosso cabelo e aceitamos que essa personalidade é única, tendemos a nos destacar na multidão. Independentemente do tipo de cabelo.
Pode reparar: a mulher que aceita o cabelo como é e se sente feliz e poderosa com ele, consegue chamar a atenção e arrancar elogios mesmo quando estiver de cabelo preso, raspado ou sem tratar naquela semana.
O problema aqui é que muitas vezes nós é que não estamos felizes com o nosso cabelo, e isso transparece para quem vê de fora. Passa aquela impressão de que “o cabelo não combina com você”, sabe como? Enquanto que aquela mulher que gosta do próprio cabelo parece “combinar com tudo”. Sendo que a única coisa diferente entre um caso e outro é a autoestima.
E veja bem, gostar do próprio cabelo e aceitá-lo não tem nada a ver com necessariamente mantê-lo na forma original! O que quero dizer com isso é que tá tudo bem você preferir usar um cabelo diferente daquele que você nasceu, inclusive se você nasceu cacheada mas sempre preferiu o cabelo liso. Afinal de contas, cada uma de nós tem suas preferências e gostos. O que importa é usar o cabelo do jeito que você se sente bem e pronto. Diferente da forma que você gostaria de se sentir bem (mas não sente), percebe a diferença? E a partir daí, assumir a personalidade dele que com certeza tem a ver com a sua.
Pra resumir, mesmo que você queira, ou não, seguir algum padrão social; e não só em relação ao cabelo, mas em relação à tudo, as pessoas enchem mais o saco justamente daquela pessoa que parece não se amar e não se aceitar. Parece que sentem o cheiro da insegurança, sabe? Ainda mais se você for do tipo que pede opinião demais.
Digo isso por experiência própria (palavra de quem já teve vários tipos de texturas) e ainda hoje saio na rua com o cabelo “esbagaçado” e cheio de frizz sem vergonha nenhuma, pois sei que quando eu quero, eu arraso com meu cabelão, tá bom? kkk
O que a gente não pode é pensar que a “sociedade é a julgadora e a responsável pelo nosso mal estar”, pois se todos nós temos problemas, temos que tomar cuidado para isso não virar um pretexto para continuarmos onde estamos e ainda sentir vergonha de ser quem somos, enquanto não deveríamos.
Se você quer amar seu cabelo, esquece isso de sociedade e vai atrás do que você quer: aprenda a fazer cronograma capilar (tem aqui no blog as 3 etapas pra você aprender, caso não saiba – hidratação, umectação e reconstrução). Assuma seu cabelo como você quiser e vamos lutar todos os dias pela nossa melhor versão. Pois quem mais ganha com isso somos nós mesmas.
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Depois disso tudo, você vai ver como as pessoas te olharão completamente diferente. E mesmo que alguma pessoa realmente não goste do seu cabelo (afinal cada um tem um gosto, e é super normal termos preferências), ela continuará te achando linda – ou ao menos te admirando – como um todo. Afinal de contas, pessoas são interessantes pelo conjunto, não pelas partes, concorda?
Se quiser, assista ao vídeo abaixo que conto mais detalhes e experiências pessoais sobre o assunto:
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